Olá senhor Sherlock Holmes,
Através desta carta o chamo para
solucionar o caso do assassinato da Rainha Cecilia e também o roubo da “Estrela
da Esperança”, a joia mais importante para nós, pois foi a única coisa que
sobrou do primeiro palácio após o incêndio, que até hoje não se sabe quem foi o
culpado daquela terrível tragédia que desolou completamente o reino.
Na cena do crime a Rainha Cecilia
estava em seu quarto, jogada em cima da poltrona, com um corte em sua garganta
e vários hematomas em seu corpo, como se tivesse sido brutalmente espancada.
Haviam manchas de vinho em seu vestido, uma fita listrada que ostentava as
cores rosa, azul, amarelo e verde, um acessório bem fofo, porém estava amarrado
em sua boca com tanta força que nem parecia ter sido amarrado por uma pessoa. E
por fim, na sala onde ela guarda as suas joias, a pequena caixa de vidro onde a
preciosa joia do reino ficava, a qual permanecia sempre trancada, sumiu.
Só os reis e rainhas sabiam onde a
chave ficava porque a antiga Rainha acabou morrendo antes de revelar tal segredo.
Na caixa não havia nenhum sinal de que havia sido forçada, havia sido aberta
normalmente, como se o assassino tivesse a chave, o que era impossível ou
pensávamos assim até o momento.
Os investigadores dizem que isso
teria acontecido entre as 20:40 e 21:50, que era o horário que ela sempre
ficava sozinha em seu quarto, então já excluímos quase todos os empregados da
lista de suspeitos, pois estavam preparando o jantar de Sua Majestade. Havia
uma Condessa e uma Princesa, mas apenas uma está na lista de suspeitos.
Pois bem, vamos para os
suspeitos.
O primeiro é John Larsem, um
velho mordomo que trabalha aqui há mais de 30 anos, ele conhece este lugar com
a palma de sua mão, desde a primeira pequena flor do jardim da frente até a
última cela do enorme calabouço subterrâneo. Um amante de vinho e também
completamente misterioso, dizem que há cinco anos atrás ele teve sérios
conflitos com a Rainha que até hoje não se sabe direito o que era, e que chegou
a atacá-la com uma lamina. Ele acabou implorando-a que não o denunciasse e
assim ela fez. Dizem que os dois fizeram as pazes, mas são só rumores, nem eu e
nem ninguém sabe a verdade.
O senhor deve conhecer o Tom
Harrison, um humilde carpinteiro que foi acusado alguns anos atrás de roubar
uma das joias da Rainha e assassinar Victor Willians, o filho de um dos donos
de uma empresa de doces.
Harrison foi enforcado na frente
de todo o reino, porém descobriram que ele era inocente e o verdadeiro
assassino era o mordomo de Victor. O mordomo também foi executado, isso foi um escândalo
na época, mas não viemos falar sobre ele, mas sim de uma das pessoas que
testemunhou isso tudo, a sua neta Angelina Harrison, que tinha 17 anos na época.
Após esse acontecimento, Angelina ficou sozinha, pois sua família inteira já estava
morta por causa de um fatal acidente de navio, sobrando apenas ela e seu avô.
Isso aconteceu quando ela tinha apenas
6 anos, desde então Angelina foi cuidada pelo seu avô, o qual sempre a tratava
com carinho e muito amor. Com a morte dele, completamente arrasada, acabou procurando
emprego no palácio da Rainha que a aceitou por pena.
Angelina sempre demonstrava um comportamento
estranho, o seu rosto que estava sempre alegre tornou-se completamente frio,
nunca sorria e nem demonstrava expressões, como se ela tivesse virado uma boneca.
Um lindo rosto por fora e por dentro um vazio imenso.
No dia do assassinato, Angelina
estava extremamente irritada, pois a sua corrente havia sido roubada, mas não
era uma simples corrente de ouro – o seu cordão era bem fino e o pingente um
pequeno anjo com as asas abertas e as mãos unidas, como se estivesse orando – só
era muito importante para ela.
Porém a Rainha que estava extremamente
ocupada nem deu ouvido a Angelina, que ficou furiosa, pois havia perdido o seu
querido avô e também o item mais especial para ela, e a Rainha não havia feito
nada para ajudá-la.
A única pessoa com quem ela
conversa é Larsen, um velho amigo de seu avô, não ficaria surpreso se os dois tivessem
por trás desta morte horrível, pois mesmo sendo diferentes, o ódio pela Rainha
parece ser o mesmo.
O terceiro é Sebastian Morgan, um
rapaz de 18 anos, um garoto dos olhos bem claros e de cabelo ruivo, é um dos
cozinheiros do palácio.
O senhor deve estar pensando que
ele é só um garoto normal, entretanto tem algo que o senhor não sabe sobre
ele...
Há 10 anos atrás, um grupo de
umas setenta e cinco pessoas tentou uma rebelião contra a Rainha, porém falharam.
Trinta e cinco pessoas foram presas e trinta e nove pessoas foram mortas, e
essa única pessoa que sobrou é Catarina Morgan, a irmã mais velha de Sebastian.
Desde crianças, seus pais já os ensinavam todas as ideias absurdas do grupo. Como
os dois ainda eram jovens seus pais aproveitavam a inocência deles e os ensinavam
aquilo como se fosse a coisa certa a se fazer, a salvação de todo o mundo, e as
pobres crianças acreditavam naquilo.
Na época da rebelião, Catarina
tinha quinze anos e Sebastian seis, então após seus pais serem capturados e
mortos, Catarina induzia a seu irmão de como aquele grupo eram os mocinhos e
que a realeza eram os vilões que haviam matado seus pais. Catarina foi pega
após um mês e depois executada, porém como último desejo ela queria escrever
uma carta para seu irmão e os guardas acabaram a deixando escrever. A carta foi
toda escrita em código que aprenderam quando criança, ela disse ter escrito o
quanto o amava e então, foi entregue a Sebastian, que assim que terminou de ler
a jogou em cima da mesa com os olhos cheios de lágrimas e abraçou um dos
guardas, que acabou comovido com o pobre garoto e o adotando, durante todo o
tempo, Sebastian agia como uma criança normal.
Depois de alguns anos, ele
resolveu trabalhar como cozinheiro da Rainha, já que seu passatempo era
cozinhar, e assim foi feito. No dia do assassinato da Rainha, ele estava
passando mal e ficou descansando.
Eu gosto de acreditar que não foi
ele, pois ele é um garoto muito fofo, porém não posso excluir o fato de que os
pais dele o manipularam a favor desse grupo asqueroso e se de fato aquela carta
foi uma despedida.
E por fim, a princesa Aurora
Young, uma antiga companheira da Rainha. As duas eram primas e únicas sobrinhas
da Rainha Aurora, anterior reinado. Aurora iria ser a escolhida, pois a Rainha
sentia que ela seria perfeita, pois era muito gentil e sabia melhor que ninguém
como administrar, por mais que ela tivesse alguns problemas temperamentais. A
Rainha sentia que ela seria a melhor opção, tanto que elas sempre passavam o
tempo juntas conversando. Há rumores de que ela havia falado a Aurora onde
estava a chave da caixa, do local ficava a Estrela da Esperança, porém são
apenas rumores.
No grande dia da Coroação,
Cecília acabou sendo coroada no lugar de Aurora, que ficou muito nervosa, mas
não demonstrava, porém, o seu olhar a entregava.
Aurora dizia que Cecília só
ganhou porque seus pais haviam ameaçado a Rainha a contar algum de seus
segredos. Mas todos já conheciam o seu temperamento e ignoravam os seus gritos.
Até hoje não se sabe o porquê da
escolha de Cecília e os gritos de Aurora, parecia ter transmitido algo, mas
vindo dela, não sei se acredito.
No dia do assassinato, ela
parecia estar feliz, ficou com um sorriso no rosto o tempo inteiro e com uma
garrafa de bebida a qual não consegui ver o que era, pois não fiquei o dia todo
lá.
Então esses foram os suspeitos e as
pistas, estou aguardando para desvendar esse terrível crime e pegar o
assassino.
Robert Jones.
Aluna do 9º ano Matutino
Inspirado através do livro “Melodia Mortal” (Pedro Bandeiro e Guido Carlos Levi)
Publicado e conduzido pelo Projeto Biblioteca
Integradora
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