sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Carta a Sherlock Holmes - por Larissa Almeida Lopes da Costa


Olá senhor Sherlock Holmes,
Através desta carta o chamo para solucionar o caso do assassinato da Rainha Cecilia e também o roubo da “Estrela da Esperança”, a joia mais importante para nós, pois foi a única coisa que sobrou do primeiro palácio após o incêndio, que até hoje não se sabe quem foi o culpado daquela terrível tragédia que desolou completamente o reino.
Na cena do crime a Rainha Cecilia estava em seu quarto, jogada em cima da poltrona, com um corte em sua garganta e vários hematomas em seu corpo, como se tivesse sido brutalmente espancada. Haviam manchas de vinho em seu vestido, uma fita listrada que ostentava as cores rosa, azul, amarelo e verde, um acessório bem fofo, porém estava amarrado em sua boca com tanta força que nem parecia ter sido amarrado por uma pessoa. E por fim, na sala onde ela guarda as suas joias, a pequena caixa de vidro onde a preciosa joia do reino ficava, a qual permanecia sempre trancada, sumiu.
Só os reis e rainhas sabiam onde a chave ficava porque a antiga Rainha acabou morrendo antes de revelar tal segredo. Na caixa não havia nenhum sinal de que havia sido forçada, havia sido aberta normalmente, como se o assassino tivesse a chave, o que era impossível ou pensávamos assim até o momento.
Os investigadores dizem que isso teria acontecido entre as 20:40 e 21:50, que era o horário que ela sempre ficava sozinha em seu quarto, então já excluímos quase todos os empregados da lista de suspeitos, pois estavam preparando o jantar de Sua Majestade. Havia uma Condessa e uma Princesa, mas apenas uma está na lista de suspeitos.
Pois bem, vamos para os suspeitos.
O primeiro é John Larsem, um velho mordomo que trabalha aqui há mais de 30 anos, ele conhece este lugar com a palma de sua mão, desde a primeira pequena flor do jardim da frente até a última cela do enorme calabouço subterrâneo. Um amante de vinho e também completamente misterioso, dizem que há cinco anos atrás ele teve sérios conflitos com a Rainha que até hoje não se sabe direito o que era, e que chegou a atacá-la com uma lamina. Ele acabou implorando-a que não o denunciasse e assim ela fez. Dizem que os dois fizeram as pazes, mas são só rumores, nem eu e nem ninguém sabe a verdade.
O senhor deve conhecer o Tom Harrison, um humilde carpinteiro que foi acusado alguns anos atrás de roubar uma das joias da Rainha e assassinar Victor Willians, o filho de um dos donos de uma empresa de doces.
Harrison foi enforcado na frente de todo o reino, porém descobriram que ele era inocente e o verdadeiro assassino era o mordomo de Victor. O mordomo também foi executado, isso foi um escândalo na época, mas não viemos falar sobre ele, mas sim de uma das pessoas que testemunhou isso tudo, a sua neta Angelina Harrison, que tinha 17 anos na época. Após esse acontecimento, Angelina ficou sozinha, pois sua família inteira já estava morta por causa de um fatal acidente de navio, sobrando apenas ela e seu avô.
Isso aconteceu quando ela tinha apenas 6 anos, desde então Angelina foi cuidada pelo seu avô, o qual sempre a tratava com carinho e muito amor. Com a morte dele, completamente arrasada, acabou procurando emprego no palácio da Rainha que a aceitou por pena.
Angelina sempre demonstrava um comportamento estranho, o seu rosto que estava sempre alegre tornou-se completamente frio, nunca sorria e nem demonstrava expressões, como se ela tivesse virado uma boneca. Um lindo rosto por fora e por dentro um vazio imenso.
No dia do assassinato, Angelina estava extremamente irritada, pois a sua corrente havia sido roubada, mas não era uma simples corrente de ouro – o seu cordão era bem fino e o pingente um pequeno anjo com as asas abertas e as mãos unidas, como se estivesse orando – só era muito importante para ela.
Porém a Rainha que estava extremamente ocupada nem deu ouvido a Angelina, que ficou furiosa, pois havia perdido o seu querido avô e também o item mais especial para ela, e a Rainha não havia feito nada para ajudá-la.
A única pessoa com quem ela conversa é Larsen, um velho amigo de seu avô, não ficaria surpreso se os dois tivessem por trás desta morte horrível, pois mesmo sendo diferentes, o ódio pela Rainha parece ser o mesmo.
O terceiro é Sebastian Morgan, um rapaz de 18 anos, um garoto dos olhos bem claros e de cabelo ruivo, é um dos cozinheiros do palácio.
O senhor deve estar pensando que ele é só um garoto normal, entretanto tem algo que o senhor não sabe sobre ele...
Há 10 anos atrás, um grupo de umas setenta e cinco pessoas tentou uma rebelião contra a Rainha, porém falharam. Trinta e cinco pessoas foram presas e trinta e nove pessoas foram mortas, e essa única pessoa que sobrou é Catarina Morgan, a irmã mais velha de Sebastian. Desde crianças, seus pais já os ensinavam todas as ideias absurdas do grupo. Como os dois ainda eram jovens seus pais aproveitavam a inocência deles e os ensinavam aquilo como se fosse a coisa certa a se fazer, a salvação de todo o mundo, e as pobres crianças acreditavam naquilo.
Na época da rebelião, Catarina tinha quinze anos e Sebastian seis, então após seus pais serem capturados e mortos, Catarina induzia a seu irmão de como aquele grupo eram os mocinhos e que a realeza eram os vilões que haviam matado seus pais. Catarina foi pega após um mês e depois executada, porém como último desejo ela queria escrever uma carta para seu irmão e os guardas acabaram a deixando escrever. A carta foi toda escrita em código que aprenderam quando criança, ela disse ter escrito o quanto o amava e então, foi entregue a Sebastian, que assim que terminou de ler a jogou em cima da mesa com os olhos cheios de lágrimas e abraçou um dos guardas, que acabou comovido com o pobre garoto e o adotando, durante todo o tempo, Sebastian agia como uma criança normal.
Depois de alguns anos, ele resolveu trabalhar como cozinheiro da Rainha, já que seu passatempo era cozinhar, e assim foi feito. No dia do assassinato da Rainha, ele estava passando mal e ficou descansando.
Eu gosto de acreditar que não foi ele, pois ele é um garoto muito fofo, porém não posso excluir o fato de que os pais dele o manipularam a favor desse grupo asqueroso e se de fato aquela carta foi uma despedida.
E por fim, a princesa Aurora Young, uma antiga companheira da Rainha. As duas eram primas e únicas sobrinhas da Rainha Aurora, anterior reinado. Aurora iria ser a escolhida, pois a Rainha sentia que ela seria perfeita, pois era muito gentil e sabia melhor que ninguém como administrar, por mais que ela tivesse alguns problemas temperamentais. A Rainha sentia que ela seria a melhor opção, tanto que elas sempre passavam o tempo juntas conversando. Há rumores de que ela havia falado a Aurora onde estava a chave da caixa, do local ficava a Estrela da Esperança, porém são apenas rumores.
No grande dia da Coroação, Cecília acabou sendo coroada no lugar de Aurora, que ficou muito nervosa, mas não demonstrava, porém, o seu olhar a entregava.
Aurora dizia que Cecília só ganhou porque seus pais haviam ameaçado a Rainha a contar algum de seus segredos. Mas todos já conheciam o seu temperamento e ignoravam os seus gritos.
Até hoje não se sabe o porquê da escolha de Cecília e os gritos de Aurora, parecia ter transmitido algo, mas vindo dela, não sei se acredito.
No dia do assassinato, ela parecia estar feliz, ficou com um sorriso no rosto o tempo inteiro e com uma garrafa de bebida a qual não consegui ver o que era, pois não fiquei o dia todo lá.
Então esses foram os suspeitos e as pistas, estou aguardando para desvendar esse terrível crime e pegar o assassino.
Robert Jones.
Aluna: Larissa Almeida Lopes da Costa

Texto produzido por: Larissa Almeida Lopes da Costa
Aluna do 9º ano Matutino

Inspirado através do livro “Melodia Mortal” (Pedro Bandeiro e Guido Carlos Levi)
Publicado e conduzido pelo Projeto Biblioteca Integradora

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